Urbano Contemporâneo
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Desde os anos 90, presenciamos uma forte corrente minimalista no design. A célebre frase "Less is More", do arquiteto Mies Van Der Rohe, se tornou um hino entre designers, estilistas e todos diretamente ligados à estética. A busca da forma mais pura, livre de excessos, permeou todos os campos de conhecimento e comportamento do homem. O estilo italiano e escandinavo tornou-se referência no mobiliário e as proporções tornaram-se mais baixas e alongadas; os puxadores saem de cena para que a superfície apareça mais, assim como o primoroso acabamento.
Assim, este estilo perde o vínculo com o modernismo e passa a ser chamado Contemporâneo - do mesmo tempo. O mundo, porém, se cansou de tamanho rigor, por isso o design contemporâneo começou a flertar com outros elementos. Houve então uma cisão na unanimidade pura das formas e duas vertentes foram criadas. A primeira tornou-se mais conservadora ao continuar uma busca purista. A segunda permitiu-se explorar o excesso em primeiro plano, atendo-se ao contraste de técnicas e à simbologia do luxo, abrindo as portas para o decorativismo. Hoje o mundo contemporâneo se volta a uma realidade: o distanciamento cada vez maior do homem em relação à própria natureza. Diferente dos ativistas ecológicos, inúmeros designers começaram a refletir e a criar peças que trazem este questionamento às pessoas.
Surgem inúmeros produtos que vão utilizar uma "natureza" ora estilizada, ora figurativa, mas sempre na tentativa de trazer alento à sintetização da sociedade. Surgem e tomam a cena trabalhos como o do escritório Francês de design gráfico Atelier LZC e suas inúmeras ilustrações com inspiração na natureza, e, principalmente, quem se tornou um dos grandes influenciadores deste novo estilo contemporâneo, o designer holandês Tord Boontje com seu trabalho essencialmente orgânico, mas com produção industrial e um resultado de fantasias naturais. Boontje criou uma estética que hoje influencia vários outros designers. Com originalidade o holandês mostra sobreposições de materiais recortados, perfurados e estampados em formatos de flores, insetos e animais.
Este estilo denominou-se Novo Naturalismo. Trata-se de "novo" porque o naturalismo é na verdade uma teoria metafísica que defende que todos os fenômenos podem ser explicados mecanicamente em termos de causas e leis naturais. No âmbito do design, o Naturalismo será mostrado de várias formas e surgem como um boom de objetos zoomorfos, decorações com motivos florais e texturas animais. Há até um flerte com o Art Noveau, movimento que também valorizava o orgânico e a natureza, mas revisitado para uma estética urbana. Diante destas inspirações, surgem estampas como se fossem jogos de silhueta de representações de animais, flores e folhas. As cidades também passam a serem encaradas como "meio ambiente" e explode a revalorização dos espaços Urbanos, com praças, parques, despoluição de rios, e o paisagismo em simbiose com as construções. Além do vegetal e do animal, o mineral tem grande força nesta nova tendência ao emprestar suas cores e brilhos para os novos matizes que colorem os objetos e a casa.
Surgem tons sóbrios como o concreto e o cobre como base e abrem espaço para tons minerais como Turmalina e Ametista Violáceo; cores que aparecem ora misturadas entre si, ora compondo com o concreto, o cobre, o grafite ou o branco. Como o tema gira em torno da natureza, mas de uma forma extremamente atual, representações de madeiras com muitos veios aparentes se tornam importantes. Desta forma, o acabamento Carvalho ganha força e presença na coleção. Além dele apresentamos também uma nova lâmina que denominamos de Nutty. Para ambos, composições com laqueados de branco ou bege brilhante dão um tom sofisticado.
Para os revestimentos, teremos tecidos Metalizados em Cobre e Konkret que darão brilhos sofisticados às poltronas e cadeiras. Tampos de pedra e resinas com textura de Concreto também serão propostas para produtos pequenos e complementares em clima de cool concrete. Todo esse imaginário e representações aplicados em ambientes de proporções urbanas com brilhos e texturas contrastantes, e a riqueza de referências naturais, formam um estilo de muita personalidade e atualizam o conceito do viver contemporâneo. O ser humano cria uma Hipernatura Sintética, ao mesmo tempo em que traz e reproduz a natureza propriamente dita em suas casas.